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Tiroide- nodoli folicolari piu agresivi

Portugueses detectam cancro da tiróide mais agressivo
e. c. s.
Uma investigação sobre tumores da tiróide descobriu uma alteração molecular que torna alguns destes cancros mais agressivos. O trabalho, desenvolvido no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), encontrou um rearranjo de partes dos cromossomas 2 e 3 numa determinada variante do tumor, o que faz com as células percam a sua actividade protectora. O artigo correspondente vai ser, em Janeiro, capa da publicação científica norte--americana Journal of Clinical Endocrinology Metabolism.
Dentro dos 40 doentes com variante folicular que a equipa do Ipatimup estudou, mais de um terço apresentavam o rearranjo de genes. E, nestes casos, esta alteração veio a revelar-se como um factor de mau prognóstico. Verificou-se uma maior invasão vascular, logo uma maior agressividade. Uma vez que este tipo de cancro da tiróide aparece sobretudo em indívíduos mais novos, os investigadores equacionam ainda a hipótese de este ser um tumor de progressão mais rápida.
O próximo passo da investigação é tentar perceber as implicações clínicas desta descoberta. Patrícia Castro, do Ipatimup, adianta ainda que "é preciso estudar mais" face aos novos dados. "Temos de comparar estas alterações moleculares com o padrão de metastização", explica, ou seja, perceber de que forma o comportamento do cancro influencia a sua disseminação. Os investigadores defendem ainda a necessidade se proceder a uma reavaliação da categoria onde esta variante é incluída, já que partilha características moleculares importantes com um outro tipo de tumores.
O trabalho, explica Patrícia Castro, do Ipatimup, tentou esclarecer a controversa relação, dentro dos tumores da tiróide, entre uma variante dos papilares e os foliculares. Este cancro tem uma incidência de 3,4 doentes por cem mil habitantes. O que significa que, em Portugal, haverá cerca de 340 pessoas afectadas. A maioria tem o cancro papilar, cujas células apresentam núcleos irregulares, que metastiza via gânglios linfáticos. Os tumores de tipo folicular de-senvolvem metástases através dos vasos sanguíneos e, sendo menos comuns, são mais agressivos.
Há muito que se sabia que existe um subtipo dos cancros papilares, chamado de variante folicular por partilhar algumas características com esse tipo. Designados de híbridos, estes tumores partilham características de um e outro tipo. E, pela primeira vez, foi demonstrada com esta investigação do Ipatimup a existência de uma alteração molecular, resultante da junção de dois genes que em circunstâncias normais estão, no genoma, muito longe um do outro. Esta junção (já observada nos tipos foliculares) faz com que seja anulado o papel protector celular


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